Só existem 3 maneiras de comprar um imóvel. Por consórcio, por financiamento e à vista.
Em todas elas a inflação gera impacto. Os financiamentos com taxa pré-fixada, já calculam na taxa nominal a inflação projetada futura, o risco e o spread para compor a taxa cobrada. E hoje todas as modalidades de financiamento contam com taxa pós fixada também, ou seja, além da taxa de juros, tem a correção pelo índice de preços, que pode ser o IPCA, a taxa TR ou o rendimento da poupança.
À vista, você vai precisar guardar e investir, além de corrigir o aporte pela inflação (se o objetivo for comprar o imóvel, é indicado corrigir pelo INCC mesmo). Também pode acontecer de quando você juntar o valor necessário o imóvel já custar muito mais, pois ele sofre atualização do valor de mercado.
Para quem mora de aluguel também sofre correção no valor do aluguel, então juntar dinheiro por conta própria também não é simples quanto parece já que a inflação corrói seu poder de compra todos os anos e você tem que conhecer muito bem investimentos para não ter uma rentabilidade negativa que é quando você perde para a inflação.
E pelo consórcio, o indicado é se planejar sem pressa, ir investindo as parcelas para reduzir o saldo devedor, e quando for contemplado não sofrer tanto impacto de INCC nas parcelas. Lembrando que até a contemplação o crédito é corrigido também.
Abaixo eu vou mostrar o estudo que eu fiz referente a cada uma dessas modalidades de compra parcelada com foco em comprar um imóvel.
Financiamento Imobiliário
Os financiamentos estão no dia a dia das pessoas e agora você vai aprender a fundo as diferentes modalidades bem como estimar o valor das parcelas. Para iniciar você precisa entender o que significa financiar algo? É você pedir um empréstimo para um banco com o objetivo de comprar um bem, no caso o imóvel que é nosso foco aqui.
O banco vai exigir uma entrada inicial para essa operação e vai te emprestar o valor restante para você comprar o imóvel e você vai devolver para o banco esse financiamento ao longo do tempo na forma de parcelas.
A empresa que te empresta o dinheiro recebe os juros desse financiamento como recompensa. O dinheiro futuro perde valor ao longo do tempo pela inflação e é justamente para compensar essa perda financeira ao longo do tempo que você tem que devolver mais dinheiro do que pegou emprestado para o banco.
Os juros serão a diferença do valor que você pegou emprestado em relação ao valor que você vai pagar.
O valor aprovado na análise de crédito do banco é liberado imediatamente para a compra do imóvel sendo a forma mais rápida de se comprar um novo imóvel de forma parcelada no mercado.
O imóvel adquirido fica alienado ao banco até que a quitação do imóvel aconteça sendo a garantia do banco pelo valor emprestado. Em caso de calote ele pode vender o imóvel e evitar um prejuízo maior já que imóvel é o bem mais caro que um brasileiro adquire, logo o banco não vai emprestar um valor expressivo de dinheiro sem garantia de retorno.
Dito isso, existem duas tabelas de amortização de financiamentos imobiliários e conhecê-las é essencial para nós podermos fazer uma análise de valores e poder avaliar se estamos ou não fazendo um bom negócio.
Estamos falando da tabela Price e tabela SAC que nos permite verificar as condições de um financiamento e geralmente são utilizadas para pagamentos mensais. Para entender como podemos estimar o valor das parcelas de um financiamento imobiliário temos que ter em mente a regra padrão seguinte:
R = A + J , sendo:
R = o valor futuro que é o valor da parcela.
A = Amortização da parcela, ou seja, o valor presente.
J = Juros da parcela mensal.
Veja que essa equação é igual a equação fundamental da matemática financeira: M = C + J , sendo:
M = Montante ou valor futuro.
C = Capital ou valor presente.
J = Juros expresso em valor monetário que pode ser calculado pelo J = S * i que é o Saldo Devedor x taxa de juros mensal.
Na prática, essa equação representa quanto do meu valor presente eu estou abatendo da minha dívida. Então se eu pago uma parcela eu consigo saber em quanto minha dívida vai reduzir, ou seja, quanto do meu saldo devedor diminui.
Às vezes, a pessoa está pagando 1.000 reais de parcelas e ela acha que a dívida cai 1.000 reais mas não, a dívida cai bem menos porque dentro da parcela tem o juros desse financiamento, o juros dessa compra de produto.
Entenda que nenhuma empresa é instituição de caridade, quando uma empresa diz que está fazendo um produto sem juros como a propaganda de vender carro com taxa 0%, na prática ela aumenta o valor do produto e divide igual no custo efetivo total. Intrinsecamente tem esse acréscimo de preço equivalente em juros.
O detalhe principal é que a tabela Price e tabela SAC terão jeitos diferentes de calcular a parcela mensal (R) e a amortização (A), enquanto o Juros (J) serão iguais para as duas. Agora vou falar sobre cada uma dessas tabelas de amortização a seguir.
Montagem de uma tabela Price em 360 meses
Na tabela Price ou Sistema Francês, é uma modalidade de financiamento de prestações fixas. O valor da parcela mensal é sempre constante, ela vale para todos os meses. Ou seja, o valor do boleto mensal é fixo.
Não existe financiamento de imóvel sem entrada, no mínimo você precisa de 20% a 30% de entrada no início desse financiamento e você parcela apenas o restante. Você pode usar o FGTS na entrada do financiamento.
Num exemplo de um imóvel de 260.000,00 vamos utilizar a seguinte lógica: cliente deu 60.000,00 de entrada para a construtora e financiou os outros 200.000,00 com o banco em 360 meses a um juros 1% ao mês na tabela Price.
O cálculo da Parcela mensal R é feito com a seguinte fórmula:

O juros mensal é calculado pelo saldo devedor (S) x a taxa mensal (i) J = S*i
A amortização é calculada pelo R – J.
O saldo devedor do próximo mês é a subtração de S1 – A1 e você faz assim em diante até finalizar a planilha e se fizer no excel dá para preencher automático a tabela.
Por fim, o cálculo do Custo Efetivo Total é o seguinte: CET = R * n , ou seja, basta fazer R$ 2.057,22 * 360 = R$ 740.599,20.
Esse é o montante da dívida e os juros são J = M – C , sendo C o valor financiado de R$200.000,00. Logo, o valor pago em juros será R$540.599,20.
Deixei o PDF referente a como fica cada valor da tabela Price ao longo do tempo de financiamento, que nesse caso é 360 meses e também fiz a conta de quanto você paga no final se você conseguir pagar a primeira e a última parcela.
Vou destacar agora a primeira linha e a última linha desse financiamento:

Na tabela vemos que a parcela mensal (R) é constante, a amortização (A) é crescente saindo de R$ 57,23 até R$ 2.036,86 e os juros (J) vão caindo porque a dívida está caindo como podem ver na coluna do saldo devedor (S).
Abaixo vou deixar as informações relevantes referente a essa tabela de financiamento para entender o custo efetivo total:


Veja nessa tabela feita no Excel que o valor das primeiras parcelas do financiamento na Tabela Price são para pagar apenas juros (J) e que é muito lento para esse valor do juros diminuir, ao mesmo tempo que acontece o contrário para o valor amortizado (A) do saldo devedor que começa muito pequeno e no final do financiamento sobe vertiginosamente.
Amortização do financiamento imobiliário – Detalhes

Agora quando se trata de você amortizar as parcelas lembre-se que o objetivo é ter um desconto em relação ao que seria pago. Basicamente, o que temos que fazer é eliminar os juros da conta:

Ou seja, toda vez que você antecipar uma parcela esse valor somente contém amortização, você não pode ter juros na parcela antecipada porque você vai pagar o valor presente que é a amortização.
Sempre quando amortizamos uma parcela do financiamento nós estamos tirando essa parcela do valor futuro e trazendo para o presente. Com isso eliminamos o vínculo entre os dois que é o juros.
Se você recebeu uma bonificação na empresa, uma herança ou você se planejou para sempre pagar a primeira e a última parcela para tentar acabar na metade do tempo, antecipar o financiamento sempre vai ser um bom negócio porque os juros caem, você só paga o valor da amortização.
Realizando a Amortização do financiamento pela tabela Price na prática
Se a ideia for quitar a dívida, o valor a ser pago é o saldo devedor do financiamento. Agora se ao invés de quitar eu vou sempre pagar a primeira e a última. Fica assim: pago a primeira (1) e a última (360), pago a segunda (2) e a penúltima (359), pago a terceira (3) e a antepenúltima (358) e vou indo pelas duas pontas até chegar no meio que eu fecho a minha dívida na parcela 180 e 181.

Isso significa que para você pagar a primeira e a última parcela desse financiamento vai sair praticamente o dobro da sua parcela mensal, se é R$2057,23 a parcela fixa, você vai começar pagando R$ 4.094,08 caso faça a amortização da última parcela junto da parcela mensal.
Então são valores bem elevados para o padrão das famílias porque a renda mínima para esse crédito ser aprovado é de R$ 6.857,42 e você gastar mais da metade desse salário para conseguir pagar a primeira e a última parcela é visivelmente inviável.
Eu sei que existe além do recurso do próprio bolso a possibilidade de você amortizar as parcelas do financiamento a cada 2 anos utilizando o seu FGTS (seriam 2 salários de R$ 6.857 acumulados) mas para esses valores de amortização tão altos necessários para amortizar cada parcela de trás para frente essa estratégia continua sendo inviável.
Se fosse possível você pagar uma parcela dessas você diminuiria o juros desse financiamento em 200.000,00 reais então fica muito mais em conta porém se você tem condições de pagar 4mil reais em parcela isso significa que o custo de oportunidade de deixar seu dinheiro investido ao invés de entrar no financiamento será muito alto.
Acaba por fazer mais sentido você investir já que vai ganhar proporcionalmente muito mais juros para comprar esse imóvel à vista no futuro então acaba não compensando fazer essa jogada a menos que consiga uma taxa de juros do financiamento muito mais em conta o que só é possível se você comprar pelo programa minha casa minha vida que eu vou comentar mais a frente.
Montagem da tabela Price para o prazo de 420 meses
Deixei o PDF referente a como fica cada valor da tabela Price ao longo do tempo de financiamento, que nesse caso é 420 meses e também fiz a conta de quanto você paga no final se você conseguir pagar a primeira e a última parcela.
Vou destacar agora a primeira linha e a última linha desse financiamento:

Na tabela vemos que a parcela mensal (R) é constante, a amortização (A) é crescente saindo de R$ 31,10 até R$ 2.010,99 e os juros (J) vão caindo porque a dívida está caindo como podem ver na coluna do saldo devedor (S).
Abaixo vou deixar as informações relevantes referente a essa tabela de financiamento para entender o custo efetivo total:


Você pode ver que as condições ficam ainda mais caras do que no prazo menor tendo em vista que estamos mantendo as mesmas informações do primeiro exemplo e só mudamos o prazo adicionando mais 5 anos nesse financiamento.
Agora vou mostrar as condições se for feito o pagamento da primeira e da última parcela pela tabela Price no prazo de 420 meses:

Quando passamos para um prazo maior e conseguimos amortizar a primeira e a última parcela, veja que a diferença entre os dois financiamentos diminui bastante ficando em 60mil reais.
Mesmo assim como o valor fica nos seus 4.000 reais por mês no começo em ambas as situações compensa muito sempre fazer no menor prazo de 360 meses se for possível, já que muitas vezes diminuir o prazo significa ter menos crédito aprovado aí invalida essa opção e se torna melhor continuar no prazo mais longo mesmo.
Montagem da Tabela SAC para o prazo de 360 meses
O Sistema de Amortização Constante (SAC) é um método de financiamento onde as parcelas iniciais são maiores e, gradualmente, diminuem ao longo do tempo.
Além das parcelas decrescentes, a amortização das parcelas dessa modalidade de financiamento são constantes ao longo do tempo, sempre o mesmo valor do saldo devedor é amortizado a cada parcela paga.
Já com relação aos juros, assim como na tabela Price os juros incidem sobre o saldo remanescente, diminuindo a cada parcela paga.
Calcula-se a amortização com uma divisão simples entre o saldo devedor inicial e o número de parcelas.

Calculam-se os juros do mesmo jeito da tabela Price, a taxa vezes o saldo devedor e, depois, a parcela mensal R:

Ao invés da parcela constante como era na Price, o “R”. Na tabela SAC quem vai ser constante é o “A”, a amortização vai ser sempre o mesmo valor.
Como eu vou ter o A e o J desde o início, o R eu calcular somando os dois em cada mês e como os juros diminuem todos os meses a parcela mensal também será decrescente ao longo do tempo.
Na tabela Price nós achamos o A por último, na tabela SAC nós achamos o R por último. Então você consegue preencher a tabela nas duas modalidades só trocando a ordem do que você encontra primeiro.
O saldo devedor do próximo mês é a subtração de S1 – A1 e você faz assim em diante até finalizar a planilha e se fizer no excel dá para preencher automático a tabela.
No final, o cálculo do Custo Efetivo Total é diferente para a tabela SAC, sendo feito da seguinte forma: CET = Rmédio * n , ou seja, basta fazer a média entre a primeira e a última parcela e multiplicar pelo prazo. Fica assim:
CET = (R$ 2.555,56+R$ 561,11)/2 * 360 = R$ 561.000,60.
Esse é o montante da dívida e os juros são J = M – C , sendo C o valor financiado de R$200.000,00. Logo, o valor pago em juros será R$361.000,60.
Agora vou deixar abaixo a tabela SAC montada no prazo de 360 meses para um crédito de 200mil reais a uma taxa nominal de 1% ao mês.
Podemos ver que o J diminui igual a tabela Price e o R diminui. Enquanto na Price o R é fixo e o A aumenta, na SAC o A é fixo e a parcela diminui.
A maior parte dos financiamentos ocorre nessa tabela na compra de imóveis. Você começa pagando um pouco mais de parcelas mas a parcela diminui com o passar do tempo então daqui a 5 anos, 10 anos a parcela é menor.
Outra característica da tabela SAC é que a amortização da dívida do financiamento acontece muito mais rápido tendo, como consequência, menores juros comparado com a tabela Price. Podemos ver isso na seguinte tabela de informações:

Perceba que a parcela mensal (R) é decrescente saindo de R$ 2.555,56 até R$ 561,11, a amortização (A) é constante no valor de R$ 555,56 e os juros (J) vão caindo porque a dívida está caindo como podem ver na coluna do saldo devedor (S).
Como a parcela vai ser menor então a sua situação financeira vai estar melhor nesse caso. Abaixo vou deixar as informações relevantes referente a essa tabela de financiamento para entender o custo efetivo total:


Veja que mesmo eu colocando eu colocando uma taxa de juros nominal de 1% ao mês a taxa de juros do custo efetivo total ficou em 8,99% ao ano e não 12%.
Isso acontece porque os juros são menores na tabela SAC. Você consegue perceber isso na tabela acima que mostra os juros nesse financiamento decrescem numa velocidade muito maior que na tabela Price.
Agora vou mostrar as condições se for feito o pagamento da primeira e da última parcela pela tabela SAC no prazo de 360 meses:

Isso significa que para você pagar a primeira e a última parcela desse financiamento vai sair na parcela inicial de R$ 3.111,11, se é R$2.555,56 a parcela fixa, você vai começar pagando R$ 555,56 reais a mais caso faça a amortização da última parcela junto da parcela mensal.
Na verdade, como o valor da amortização é constante em R$ 555,56, isso significa que não importa qual parcela das últimas você vai amortizar porque você só paga R$555,56 em cada parcela amortizada o que é muito mais barato do que na tabela Price que você teria que pagar o equivalente a 3 vezes a amortização de uma parcela em cada uma que for amortizar, aqui é muito mais em conta.
Então são valores bem saudáveis para alguém com a renda mínima necessária de R$ 8.518,52 para para financiar o imóvel nessas condições que eu passei de taxa de juros e você gastar 36,52% do seu salário no início do seu financiamento é extremamente possível para conseguir pagar a primeira e a última parcela e quitar em metade do tempo economizando muito no custo efetivo total.
Nessa condição se torna muito interessante fazer o financiamento pela SAC e amortizar de trás para frente sempre. Se a taxa de juros que você conseguir for menor do que a que eu usei para os exemplos aqui o custo efetivo total cairá mais ainda economizando cada vez mais.
Montagem da tabela SAC para o prazo de 420 meses
Deixei o PDF referente a como fica cada valor da tabela SAC ao longo do tempo de financiamento, que nesse caso é 420 meses e também fiz a conta de quanto você paga no final se você conseguir pagar a primeira e a última parcela.
Vou destacar agora a primeira linha e a última linha desse financiamento:

Podemos ver que a parcela inicial diminui um pouco mas nada muito expressivo comparado com a tabela SAC em 360 meses. Para esse prazo de 420 meses as informações detalhadas do custo efetivo total são as seguintes:


Comparando as duas tabelas SAC vemos que o custo efetivo total aumenta em 60 mil reais para o caso do prazo mais longo aumentando 5 anos de parcelas. Então a regra continua sendo de escolher o menor prazo porque aqui as parcelas não diferem muito entre uma opção e outra.
Agora vou mostrar as condições se for feito o pagamento da primeira e da última parcela pela tabela SAC no prazo de 420 meses:

Agora com relação a você pagar a primeira e a última parcela nesse exemplo vemos um acréscimo de 45 mil comparado com o prazo menor. Com relação a parcela inicial será de R$ 2.952,38 o que é um pouco menor mas nada muito significativo.
Com isso, voltamos a confirmar que o prazo menor sempre será a melhor opção para economizar mas em se tratando da tabela SAC se você conseguir aprovar mais crédito fazendo em 420 meses acaba compensado esse prazo maior porque você consegue quebrar muito os juros pagando a primeira e a última parcela.
Qual é a melhor tabela: Price ou SAC?
Essa é uma pergunta comum dos compradores na hora de escolher a melhor tabela de financiamento mas a resposta para ela é sempre a mesma: Depende de cada cliente!
Depende do seu planejamento para essa aquisição do bem porque temos que entender se você:
- Tem as condições exigidas para o financiamento SAC que a parcela inicial é cerca de 20 a 25% maior e somente após 7 a 8 anos que essa parcela será menor que da tabela Price.
- Se você quer ter uma parcela menor antes escolhendo a Price sendo boa para quem prevê aumento na renda com o tempo.
- Vai querer quitar tudo de uma vez depois de um tempo, se você vai pagar até o final,
- se você prefere uma parcela fixa ou uma parcela decrescente porque tudo isso interfere em como você vai antecipar as parcelas para você escolher entre a tabela Price ou SAC
Em resumo, dependendo do problema uma vai substituir a outra. No geral a tabela SAC é sempre mais barata e mais fácil de amortizar mas a tabela Price aprova mais crédito para você financiar o imóvel diminuindo a entrada necessária.
Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV)
E ainda tem uma realidade que existe no mercado de financiamento imobiliário, muito conhecidos pelos corretores e pelas construtoras, que é pelo programa minha casa minha vida que recebe subsídio do governo com recursos da poupança e do FGTS para a compra do primeiro imóvel.
O programa minha casa minha vida é um incentivo para famílias que recebem entre um salário mínimo até 12 mil reais na compra do primeiro imóvel, ou seja, você consegue um subsídio de até 55 mil reais do governo e condições de taxas de juros muito mais atrativas para a compra da casa própria.
Acontece que o Brasil historicamente tem juros muito altos e o MCMC apresenta a vantagem de você conquistar o primeiro imóvel a juros mais baixos de 4,25% a.a. até 10% a.a. que é muito abaixo da taxa Selic atual que em julho de 2025 está em 15,00% a.a. tornando impraticável de serem atrativas as taxas de financiamento fora desse programa.
As taxas de juros reduzidas acontecem porque se trata de um projeto focado em moradias populares e que tem a origem de recursos do FGTS para financiar a produção e aquisição de imóveis. Isso se dá pelo acúmulo de ativos em contas vinculadas dos trabalhadores formais, ou seja, todo trabalhador formal que tem uma conta ativa no FGTS e mensalmente são feitos depósitos, títulos de recolhimento do fundo de garantia.
Esse valor que fica depositado na Caixa Econômica Federal também pode ser utilizado como financiamento imobiliário.
Para exemplificar o que estou falando, vou deixar abaixo uma comparação entre as taxas de juros praticadas por alguns bancos fora do programa (essas condições estão sujeitas a análise de crédito, tenha essa imagem apenas como exemplo).

Agora vou deixar a tabela referente aos valores de crédito praticados dentro do programa Minha Casa Minha Vida de acordo com a faixa de renda e critérios para receber um subsídio de até 55 mil reais.
Nesse ano de 2025, o programa aumentou a faixa de renda familiar mensal bruta de até R$ 8.600,00 no âmbito dos programas de habitação popular (até a faixa 3), e acrescentou a faixa 4 para a renda familiar de até R$ 12.000,00, essas operações ficam enquadradas no programa Classe Média podendo adquirir imóveis de até R$ 500.000,00.

Veja na tabela em PDF que as famílias que se enquadram nos critérios como o fator social de ter dependentes menor de idade e de ter mais de 3 anos de carteira assinada, conseguem uma taxa de juros menor dentro do programa e subsídio expressivo até uma renda na faixa 2.
Quais imóveis são elegíveis?
- Imóveis novos, urbanos, residenciais, regularizados e dentro do teto de valor por faixa.
- Limites variam conforme faixa de renda e localização:
o Faixa 1 e 2: até R$ 264 mil
o Faixa 3: até R$ 350 mil
o Faixa 4: até R$ 500 mil
Quem pode participar?
- Famílias com renda bruta mensal de até R$ 12.000.
- Critérios:
o Não pode ter imóvel na região limítrofe
o Não ter sido beneficiado em outros programas habitacionais
o Comprovar renda e capacidade de pagamento
Subsídio e Número de Dependentes
- Subsídio máximo: R$ 55 mil (Faixas 1 e 2)
- Quem é unifamiliar, sem dependentes, só tem direito a 50% do subsídio.
- Subsídio abate o valor total do imóvel (reduzindo o valor a ser financiado).
- Faixa 3 e 4: não têm subsídio
Redutor de FGTS
- Pode chegar a até 0,5 ponto percentual a menos na taxa final.
- Válido para Faixas 1, 2 e 3.
- Faixa 4 e SBPE não tem direito.
O redutor leva em conta o tempo de trabalho com carteira assinada: a partir de 36 meses (mesmo que não consecutivos), o cliente pode ter acesso ao benefício — quanto maior o tempo, maior a vantagem.
Posso comprar imóvel usado dentro do MCMV?
Sim, é possível comprar imóveis usados mas com algumas regras específicas sendo a principal diferença que você só pode financiar 50% do valor do imóvel.
Essa redução do valor máximo de venda dos imóveis financiados pelo Programa é aplicada somente aos usados, os novos continuam podendo financiar até 80% do valor de avaliação do imóvel pela Caixa.
Crédito associativo
O programa Minha casa minha vida é bastante utilizado na categoria de crédito associativo com as construtoras.
O Crédito associativo é uma modalidade de financiamento imobiliário antes do Habite-se. Você tem aprovação do financiamento antes da entrega do imóvel. É importante destacar que o crédito associativo é uma modalidade exclusiva dos bancos públicos Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil para a construção de imóveis residenciais.
Isso permite que você financie um imóvel na planta e comece a pagar o financiamento somente após o Habite-se, ou seja, que é quando o imóvel está pronto e será entregue as chaves para o comprador.
Nesse sistema existe uma meta mínima de vendas de unidades do empreendimento para acontecer o repasse do financiamento da Caixa para a construtora e, a partir desse momento, os valores são pagos até a entrega da obra.
Vantagens do crédito Associativo
Entre as principais vantagens está a possibilidade de que você adquira um imóvel a um preço de metro quadrado mais em conta porque ainda não tem toda a valorização de mercado sobre o preço de venda.
Também é possível parcelar o valor de entrada durante o período de construção do imóvel, seja 2 ou 3 anos, tornando mais acessível a compra de imóveis pelo financiamento para quem não tem o valor de entrada disponível agora.
O crédito associativo é atrativo tanto para a Caixa quanto para a construtora porque por um lado a Caixa vai ter acesso a uma carteira de clientes da construtora para adquirir os apartamentos utilizando o financiamento Caixa.
Além de separar as unidades pelos enquadramentos do minha casa, minha vida chamados de HIS – Habitação de Interesse Social para as faixas 1, 2 e 3 do programa além de outros enquadramentos como HMP (renda familiar até 10 salários mínimos) e R2V (sem limite de renda) o que visa reduzir o déficit habitacional no país.
Para a construtora ela tem a vantagem de ter a obra inteira paga assim que o projeto estiver pronto porque a Caixa repassa os valores de financiamento liberados para os clientes comprarem os apartamentos conforme o andamento da obra evolui mês a mês.
É por conta disso também que no crédito associativo existe a parcela de evolução de obras que é um seguro de obras pago para a Caixa que proporciona a total certeza da entrega do imóvel, independente das circunstâncias. Ela é calculada com base no valor da parcela que você pagará para a Caixa morando de 10% a 90%.
Os clientes têm mais transparência no processo de compra do imóvel porque você sabe desde o início qual o valor de financiamento aprovado com o banco. O valor das parcelas de financiamento podem chegar até no máximo 30% da renda familiar mensal, além de que você consegue condições mais atrativas de taxas de juros na modalidade de crédito associativo do que comparado com os financiamentos tradicionais.
Uma das principais vantagens para o comprador é que você assina o contrato de financiamento com a Caixa geralmente dentro de 60 dias. Com isso, o valor financiado para a compra do imóvel fica fixo durante toda a obra. Isso significa que você não precisa se preocupar com reajustes até a entrega das chaves.
Em outras palavras, o valor de financiamento fica congelado durante a obra, sem reajustes no saldo devedor, e permite que os compradores paguem valores menores de parcelas durante a construção do empreendimento. Após a entrega do imóvel, as parcelas serão ajustadas para atender às condições do financiamento contratado.
Isso significa que o cliente terá total segurança sobre o apartamento porque a Caixa fiscaliza a obra todos os meses e garante a entrega dentro do prazo e com a qualidade esperada. E mesmo se a construtora vier a falir porque ela pode colocar outra construtora no lugar para finalizar a obra.
Como acontece a aprovação do financiamento no crédito associativo?
Nesse sistema de crédito associativo a Caixa trabalha com CCA – correspondentes bancários que realizam o chamado “Sicaq” do cliente que é uma abreviação do cadastro no Sistema Caixa Aqui.
Trata-se de uma aprovação na Caixa que pode ser utilizada na compra de qualquer imóvel elegível dentro do programa minha casa minha vida na cidade que fez a simulação. A simulação fica válida por 6 meses, que é o prazo necessário entre o contrato de compra e venda com a construtora e a assinatura com a Caixa do contrato de financiamento.
Também o cliente e o corretor de imóveis que atendê-lo devem ter consciência que a aprovação da Caixa pode ser feita 3 vezes sem alterar muito o poder de financiamento. A partir da quarta simulação, a Caixa começa a diminuir o poder de financiamento e pode até mesmo bloquear esse cliente de fazer análise de crédito por 6 meses. Por isso, o ideal é fazer uma simulação de crédito e utilizá-la em todos os imóveis que você conhecer.
É importante que a assinatura com a Caixa aconteça nesse prazo porque enquanto não acontecer a assinatura o INCC vai corrigir também o saldo do financiamento Caixa mês a mês da entrada com a construtora.
Basicamente, você pega o INCC consolidado que é o INCC de 2 meses atrás e não o do mês atual e esse valor corrige o saldo de entrada total que o cliente tem que pagar para a construtora. Então acaba que o cliente vai ter que pagar essa diferença na hora de assinar o financiamento.
Por isso, você deve escolher uma construtora que tem ótimo relacionamento com a Caixa. Ou seja, que assina em torno de 60 dias com a Caixa e que tem um volume alto de vendas, para atingir a demanda mínima de unidades vendidas para começar o repasse das unidades.
Detalhes importantes de saber na hora de fazer uma análise de crédito Caixa
O primeiro detalhe importante é que para a Faixa 1 tem uma regra interna na Caixa Econômica Federal que esses clientes não podem mais comprar uma unidade de 1 dormitório. Só é possível comprar se o preço dessa unidade sai por menos de 185 mil como, por exemplo, 1dorm+office de 184.800 e enquadramento HIS-1 (rendas até 2 salários mínimos).
Se a pessoa é autônoma e não declara IR a renda dela vai ser apurada sempre como 2.385 no máximo se você ganhar mais do que isso. É um limitador para a parcela máxima do cliente ficar em 715 reais.
Agora, caso a renda familiar seja por Pensão Alimentícia, LOAS ou Bolsa Família, não entra como renda para financiar um imóvel. Esses clientes não podem financiar imóvel sendo a única exceção se for Pensão por Morte ou Pensão por Invalidez que é como se fosse uma aposentadoria.
Dependentes menores ou maiores de idade são os cônjuges, filhos ou enteados menores de 21 anos desde que dependam da renda do comprador e não tenham emprego formal. Também precisam residir no mesmo endereço e comprovar isso com contas de consumo, seja energia ou água, uma conta atual e outra de 2 anos atrás. Ambos têm que apresentar esses comprovantes de renda no nome.
Com relação a idade, depois de 45 anos começa a diminuir o potencial de financiamento aprovado porque a quitação do imóvel é até os 80 anos. Como o prazo máximo é 420 meses (35 anos) acima dessa idade de 45 anos, o prazo diminui e, como consequência, diminui o poder de financiamento.
Até 64 anos é possível ter um financiamento aprovado, mas como o prazo é pequeno e existe um seguro de vida embutido nas parcelas mensais para financiar que vai estar mais alto para esse comprador, o potencial de crédito liberado diminui muito, então essa pessoa tem que ter uma renda alta e uma entrada alta para conseguir comprar.
Em algumas construtoras os clientes podem comprar com minuta de investidor uma unidade enquadrada na renda que ele está acima. Por exemplo, HIS-1 é renda até 2 salários mínimos, HIS-2 até 6 salários mínimos, HMP de 6 até 10 salários mínimos e R2V – Sem limite de renda.
Se o cliente é do HIS-1 ele pode comprar para moradia uma planta enquadrada em renda superior seja HIS-2, HMP ou R2V. Porém, uma renda HIS-2 não pode comprar uma unidade HIS-1 mas HMP e R2V pode comprar normalmente e continua com o benefício de ter registro e ITBI que é a documentação grátis do imóvel.
Agora se o comprador fizer o caminho contrário que é se enquadrar, por exemplo, no HMP e quiser comprar uma unidade HIS-2 algumas poucas construtoras têm a opção de comprar essa unidade com minuta de investidor.
Com isso, essa pessoa pode morar no imóvel porém se o intuito é investir para alugar ou vender esse imóvel ela vai ter as seguintes restrições: Em geral, você vai ter um prazo de carência de 5 a 10 anos onde só pode alugar para um cliente que a renda se enquadre no HIS-2 e só pode vender para alguém que também se enquadra no HIS-2.
Por fim, esse cliente mesmo comprando dentro do programa minha casa minha vida, por se tratar de uma compra como investidor ele perde o benefício de receber a documentação grátis do imóvel. Então se desenquadrou a renda você paga tanto Escritura, Registro e ITBI do imóvel.
Quais os outros tipos de financiamentos imobiliários disponíveis, além do crédito associativo?
Além do crédito associativo, existem várias outras modalidades de financiamento imobiliário disponíveis para quem deseja adquirir um imóvel. Cada tipo de empréstimo possui características específicas, prazos, taxas de juros e condições de pagamento diferentes, sendo eles:
- SFH – Sistema Financeiro de Habitação
É um sistema de financiamento habitacional com diversas instituições financeiras participantes. Tem uma fonte própria de recursos da caderneta de poupança e do FGTS e é utilizada para quem quer adquirir imóveis até 1,5 milhão.
Outras características é que permite financiar até 80% do valor do imóvel, com prazos mais longos e taxas de juros geralmente mais baixas. As prestações do financiamento não podem comprometer mais do que 30% da renda familiar mensal.
O SFH é muito comum, sendo responsável por mais de 90% dos financiamentos existentes aqui no Brasil. Ele utiliza recursos públicos porque é uma linha de crédito vinculada aos recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE e pode ser usado tanto para moradia popular ou não popular.
- Como funciona a compra de um imóvel na planta pelo SFH na prática?
O SFH é uma opção para quem busca um financiamento tradicional com a possibilidade de utilizar o FGTS. Vamos mostrar na prática como as construtoras negociam imóveis na planta pelo SFH:
O cliente pode pagar até 30% da entrada do imóvel no período de obras com correção do INCC – Índice Nacional de Construção Civil. Após o Habite-se ele financia os outros 70% do valor do imóvel pela instituição financeira de preferência.
Lembrando que ocorre a correção do INCC sobre o saldo devedor de financiamento necessário então o comprador tem que estar ciente de que terá essa correção e o financiamento necessário na entrega do imóvel é maior do que o negociado.
Isso evita você fazer uma compra de algo que não vão conseguir quitar com a construtora na entrega das chaves e você tem que devolver a unidade e sai no prejuízo já que é muito provável de só receber de volta 50% do que pagou durante a construção.
Planeje-se bem financeiramente, entenda todos os índices de correção aplicados e simule o valor atualizado do financiamento para evitar surpresas desagradáveis no momento da entrega.
- Regras para uso do FGTS para compra de imóvel no SFH
A utilização do FGTS na entrada no SFH tem algumas regras obrigatórias como ter a contribuição de pelo menos 3 anos ao Fundo de Garantia, também não ter nenhum financiamento ativo pelo SFH, e a exigência de que o imóvel esteja na mesma cidade onde o comprador reside ou trabalha.
Para utilizar o FGTS na compra de um imóvel, você não pode ser proprietário de outro imóvel residencial na mesma cidade onde mora ou trabalha. Só é possível usar o FGTS se o imóvel for destinado à moradia do titular.
Também é possível usar o FGTS para comprar um segundo imóvel desde que o segundo imóvel esteja localizado em uma região diferente da residência principal e o comprador tiver menos de 40% de outra propriedade.
Por fim, caso o primeiro imóvel tenha sido adquirido com o FGTS, é necessário aguardar um prazo de três anos a partir da matrícula do primeiro imóvel para utilizar o FGTS na compra do segundo.
- SFI – Sistema Financeiro Imobiliário
É o financiamento por intermédio de bancos privados. O banco privado não tem nenhum vínculo com os programas do governo de financiamento de imóveis. Tem sua origem e fonte própria de recursos como fundos de pensão e investimentos nos produtos bancários que o banco específico oferece.
O banco é iniciativa privada e ele tem autonomia de elaborar os critérios dessa linha de crédito, ele não submete os seus critérios ao que o governo estipula, por exemplo, no programa minha casa minha vida ou em outras linhas de financiamento pelo SFH. É o banco que decide se empresta, quanto empresta e quais as condições que empresta o valor para as pessoas adquirirem imóveis para financiamento imobiliário.
- Financiamento direto com a construtora
A última possibilidade de linha de crédito é quando a própria construtora faz o seu financiamento direto. A construtora traz para os adquirentes propostas de parcelamento direto com ela. Ela faz as suas análises de risco, para quem acha que é seguro emprestar o dinheiro.
Vejam que em todo financiamento a ideia de quem está emprestando dinheiro é que ela vai receber aquele dinheiro de volta do comprador do bem. Por isso a construtora vai decidir para quem é seguro emprestar e quais são as garantias jurídicas que ela tem de que aquele dinheiro vai voltar, de que aquele empréstimo será quitado.
Cada construtora que quiser disponibilizar esse financiamento direto para os adquirentes vai estipular as suas regras próprias.
Por fim, cada uma dessas modalidades de financiamento imobiliário oferece diferentes benefícios e pode atender às suas necessidades específicas.
Exemplos reais de financiamento pelo Programa Minha Casa Minha Vida
Agora eu vou exemplificar alguns financiamentos reais de clientes que compraram imóveis novos pelo programa minha casa minha vida, lembrando que se o imóvel é usado a entrada sobe para 50% do valor tornando inviável para a maioria das pessoas. Veja a seguinte imagem:

Para esse financiamento pela tabela Price do valor de R$ 208.800,00, as condições serão as seguintes de acordo com a calculadora do cidadão do banco central:

O total desse financiamento de 420 parcelas de R$ 1.505,34 é R$632.242,80, sendo R$ 423.4422,80 de juros. A taxa de juros mensal será de 0,68% a.m, agora vou usar o seguinte site para fazer equivalência de taxas:
https://www.idinheiro.com.br/calculadoras/calculadora-de-taxas-equivalentes
A taxa de juros anual fica em 8,47% ao ano.
Podemos ver que a taxa de juros efetivos desse financiamento ficou bem abaixo dos 12% a.a. do exemplo que eu dei para a tabela Price e eu estou considerando um valor financiado até maior do que o que eu mostrei.
A diferença entre o total em juros pago será de R$ 219.974,00 a menos, isso sem considerar que esse cliente vai amortizar as parcelas de trás para frente que diminui ainda mais o CET.
Se quiser ver a tabela Price de cada um dos exemplos que vou apresentar abaixo só utilizar esse site: https://calculojuridico.com.br/calculadora-price-sac/
Nesse exemplo eu peguei uma das maiores taxas do programa para apresentar as contas, agora vou pegar outros casos comuns de financiamento pelo Programa Minha Casa Minha Vida em ordem decrescente de renda:

O total desse financiamento de 360,00 parcelas de 1.374,16 reais é 494.697,60 reais, sendo 317.187,88 de juros.
A taxa de juros mensal de 0,71% equivale a 8,86% ao ano.

O total desse financiamento de 420,00 parcelas de 1.291,97 reais é 542.627,40 reais, sendo 349.716,75 de juros.
A taxa de juros mensal de 0,62% equivale a 7,70% ano.

O total desse financiamento de 420,00 parcelas de 1.083,91 reais é 455.242,20 reais, sendo 266.894,20 de juros.
- A taxa de juros ficou em 0,50% ao mês que equivale a 6,17% ao ano.
- Renda apurada é de R$3.613,00

O total desse financiamento de 420,00 parcelas de 940,40 reais é 394.968,00 reais, sendo 223.200,00 de juros.
A taxa de juros mensal de 0,47% equivale a 5,79% ao ano.

O total desse financiamento de 420,00 parcelas de 838,70 reais é 352.254,00 reais, sendo 207.657,53 de juros.
A taxa de juros mensal de 0,51% equivale a 6,29% ao ano.

O total desse financiamento de 420,00 parcelas de 712,27 reais é 299.153,40 reais, sendo 154.602,50 de juros.
A taxa de juros mensal de 0,40% equivale a 4,91% ao ano.

O total desse financiamento de 420,00 parcelas de 578,31 reais é 242.890,20 reais, sendo 122.909,97 de juros.
A taxa de juros mensal de 0,38% equivale a 4,66% ao ano.

O total desse financiamento de 420,00 parcelas de 424,07 reais é 178.109,40 reais, sendo 92.285,65 de juros.
A taxa de juros mensal de 0,40% equivale a 4,91% ao ano.
Veja que o financiamento de imóvel pelo programa minha casa minha vida tem taxas mais altas conforme a renda aumenta, principalmente a partir da faixa 3 do programa que são rendas a partir de uns 4.500,00 reais e taxas muito mais em conta para a renda a partir de 1 salário mínimo até 3.600,00 reais.
Acontece que se a taxa anual de juros ficar até 6% ao ano compensa muito você financiar pelo minha casa minha vida tendo em vista que você consegue diminuir muito os juros ao amortizar as parcelas do financiamento.
Não tem nada no mercado que se compare com essa opção de compra parcelada se estiver dentro do seu perfil a conquista de um imóvel novo dentro do programa vale muito a pena financiar o imóvel porque essas taxas são imbatíveis.
Consórcio de imóveis
Consórcio é uma compra programada e especialistas na venda de consórcios são unânimes em dizer que a maior vantagem do consórcio é a economia! Vamos conhecer a seguir mais sobre essa modalidade de compra parcelada.
O que é um consórcio?
Não é uma modalidade de financiamento imobiliário, mas sim se trata de uma espécie de compra coletiva, onde um grupo de pessoas se compromete a pagar uma parcela mensal, por um tempo determinado.
O valor não é antecipado, o imóvel já não passa para o nome dela e ela fica devendo o valor das parcelas como acontece no financiamento. É uma projeção, é uma meta, é um compromisso pessoal de acordo com as possibilidades, com os planos de consórcio oferecidos.
O valor é guardado em um fundo comum e todo mês alguns integrantes do grupo são escolhidos por sorteio ou por lance para receber o valor do crédito e comprar o bem. No consórcio imobiliário também pode-se usar o FGTS para complementar o valor do imóvel, pagar parte das parcelas ou quitar o saldo devedor.
Consórcio tem juros?
Aqui cada participante do consórcio realiza um autofinanciamento, ou seja, você não pega dinheiro emprestado diretamente da administradora de consórcio e, por isso, não tem juros envolvidos nessa operação de crédito mas sim o consórcio trabalha com taxas, sendo a principal a taxa de administração.
Você levanta o capital a partir da colaboração de cada participante com o mesmo objetivo que você, para a compra de um bem seja veículo ou imóvel. É uma compra coletiva e pode ser usado para comprar praticamente qualquer bem.
Haverá saldo devedor no Consórcio?
Sim. Excepcionalmente quando o consorciado for contemplado, aí sim ele terá uma antecipação do valor, ele receberá o valor para realizar a compra do imóvel, então ele vira devedor daquele saldo que ele antecipou.
Para os que não foram contemplados, segue a regra de não ser um empréstimo e eles fazem as contribuições mensais de acordo com os seus comprometimentos individuais.
Como funciona o consórcio na prática?
A administradora de consórcio estabelece cartas de crédito disponíveis para você comprar um imóvel ou um automóvel de R$ 300.000 ou R$ 50.000 ou qualquer outro valor do bem que você queira comprar pelo consórcio.
Vamos supor que a carta de crédito seja de R$ 50.000, a administradora vai juntar um grupo de 50 pessoas e cada uma vai pagar R$ 1.000 + taxas de administração, seguro etc por 50 meses.
Nesse exemplo, a cada mês 1 pessoa é contemplada, ou seja, vão pegar o dinheiro do grupo que recebe os depósitos mensais de todos os participantes acumulando 50 mil por mês e sortear uma pessoa para usar essa cota para comprar um bem.
Basicamente, tendo saldo suficiente eles vão dar para uma pessoa o valor para ele adquirir o bem e assim sucessivamente até o fim do consórcio.
Os consórcios colocam mais formas de contemplações além do sorteio que é o lance livre e lance fixo e também tem mais pessoas em cada grupo formado, mas aqui eu quis simplificar o funcionamento.
Você vai receber esse valor em dinheiro? Não, você recebe uma carta de crédito, se for de imóvel você compra um imóvel se for de automóvel, compra um automóvel.
E outro detalhe é que igual ao financiamento de imóvel você terá seu bem alienado a administradora de consórcio como garantia do pagamento dos valores restantes do seu saldo devedor a partir do momento que você adquire esse imóvel.
Consórcio de imóvel por Sorteio – Exemplo de sorteio no 50º mês
Dito isso, eu fiz uma simulação no Excel de como ficam os custos de um consórcio de imóvel por sorteio para o crédito de 200mil reais, feito no prazo de 180 meses cuja contemplação se deu no 50º mês de parcelas pagas. Eu considerei a correção da carta de crédito e das parcelas no aniversário da cota pelo INCC como sendo 8%a.a e cheguei nos seguintes resultados.

Até o mês 50 o consórcio passou por 4 reajustes anuais do valor da carta de crédito e, consequentemente, da parcela mensal correspondente para manter o poder de compra de cada pessoa. No mês 50 o valor da carta era de R$272.097,79 e o valor da parcela de R$1.889,57.
Após isso a parcela é reajustada para os 130 meses restantes e o valor da carta de crédito não tem mais reajuste, porém o valor da parcela continuará reajustando todos os anos de acordo com o INCC acumulado do período chegando até o patamar de R$4.039,13.
Perceba que o custo do dinheiro no consórcio fica semelhante ao de um financiamento, um pouco inferior na verdade com a diferença também que o prazo no consórcio será bem menor com uma parcela inicial um pouco menor também sendo mais acessível um bom crédito para quem tem renda mais baixa.
Exemplo do reajuste da parcela do consórcio antes e depois da contemplação:

Nesse consórcio de imóvel acima a taxa utilizada para corrigir as parcelas de consórcio de imóvel foi o INCC. Com uma carta hoje de 200.000,00 reais e 25% de taxas+seguros você começa a pagar uma parcela de R$ 1.388,89 e com uma taxa média de 8,0%a.a. de INCC essa parcela daqui a 15 anos vai estar no valor de aproximadamente R$4.000,00 totalizando um pagamento total do consórcio de um imóvel de R$600.000,00.
A maioria das pessoas pensam que o valor da parcela inicial de 1.388,89 reais será fixo durante os 15 anos do plano. Então será que vale a pena? FICA ESPERTO. Nossos salários não sobem todo ano e quando sobe é muito pouco, fica em torno dos 5%a.a.
Vou dar outro exemplo com um prazo maior de 18 anos (216 meses):

O valor do reajuste vai para o Caixa do grupo que é o fundo comum. Assim, o grupo tem saldo suficiente para os outros participantes conseguirem comprar seus bens quando forem contemplados. Lembre-se que o consórcio é uma compra coletiva, todos se auto financiam e financiam os outros participantes.
Esse valor da correção não vai para as administradoras, portanto você não recebe ao final porque se as parcelas de quem é contemplado não fossem corrigidas, simplesmente não teria dinheiro suficiente pra contemplar todo mundo. Mês a mês fica da seguinte forma para o prazo de 216 meses:

Veja que nesse exemplo com 216 meses a correção da carta até a contemplação chegou até R$293.865,62 e o valor da parcela foi reajustado até R$1.700,61 sendo um pouco menor que no exemplo anterior porque o prazo é maior para diluir as parcelas.
E após a contemplação no mês 50 a parcela é reajustada até o valor final de R$4.479,45 no final do prazo do consórcio que sobrou mais 166 meses restantes até a quitação.
Recado importante
Se vocês acham que alguma conta sobre os exemplos de consórcios que eu mostrei está errada sinta-se a vontade para mostrar o seu ponto de vista porque eu não tenho 100% de propriedade sobre a correção do INCC no consórcio e de como fica o custo efetivo total, eu fiz da forma que eu entendo estar correta e você pode me mostrar a sua forma de entender o custo total do consórcio.
Acontece que ninguém na internet mostra essas contas, todos param na parte da contemplação do consórcio e apenas dizem que as parcelas restantes terão um custo efetivo total de tantos por cento + INCC, por isso tive que entender as contas e procurar fazer o custo total do consórcio por mim mesmo considerando 8% a.a. de correção do INCC.
Assim, nesses exemplos o custo efetivo total do consórcio chega no patamar de R$448.843,39 para o consórcio em 180 meses e chega em R$547.410,66 para o consórcio em 216 meses.
O custo efetivo total por conta do reajuste do INCC sobre as parcelas é semelhante ao de um financiamento com as vantagens que você começa com uma parcela muito menor e o prazo final de pagamento também é menor, você quita mais rápido.
A grande desvantagem é o aumento das parcelas porque a cada 10 anos o valor das parcelas dobra por conta da inflação do país e que você continua pagando aluguel enquanto espera a contemplação da carta de consórcio mas essa parte do aluguel não é tão impactante tendo em vista que consórcio se faz sem entrada enquanto que no exemplo do financiamento estamos falando de 60mil de entrada inicial que pode ser utilizado para pagar seus aluguéis até a contemplação do consórcio.
Cota contemplada de Consórcio – Análise Simples
Além da contemplação por sorteio que todos os participantes tem chance de concorrer todos os meses, o consórcio também pode ser contemplado por lance.
Lance nada mais é do que realizar uma antecipação de parcelas do seu consórcio no momento que você tem a cota contemplada. Por exemplo, a métrica mais confiável de lance que podemos usar como exemplo é o lance livre onde quem ofertar o maior lance do bolso tem a contemplação da carta de crédito.
Observação: Você também pode dar lance com o valor do seu FGTS para tentar contemplar por lance livre.
Geralmente o percentual de lance do bolso que você precisa ter depende se o grupo é novo ou está em andamento. Se o grupo começou agora você vai precisar de um lance muito alto para tirar a carta enquanto num grupo em andamento você consegue tirar a carta no lance livre por porcentagens menores como 60% do valor da carta por exemplo.
Após a contemplação por lance, o restante das parcelas são recalculados sobre o novo saldo devedor e o prazo restante do consórcio e sofrem reajuste anual pelo INCC da mesma forma que nos exemplos anteriores.
Acontece que se você fizer uma estratégia ruim para tentar dar um lance alto e contemplar rápido no consórcio vai sair igual ou até pior do que financiar porque a taxa de administração é calculada sobre o valor da carta que você pegou que é R$200.000,00 e não sobre os R$74.444,44 que é o crédito líquido que você pegou emprestado. Veja no exemplo a seguir:

A partir do momento que você tem uma cota contemplada, o bem já está disponível, logo o valor do crédito não sofre mais reajuste, fica aplicado por um fundo de renda fixa, até a faturação do bem. Porém as parcelas serão reajustadas pelo INCC-M, até a quitação do saldo devedor.
Em resumo, o reajuste da parcela antes da sua contemplação é igual ao reajuste do valor da sua carta. Uma coisa compensa a outra e, portanto, não há nenhum ganho ou desconto se você antecipar antes da contemplação.
Após a contemplação, somente o saldo devedor é reajustado e não o valor da carta e a parcela também aumenta para manter o poder de compra dos outros participantes do grupo que ainda não foram contemplados, todos pagam a mesma taxa.
Só quem for o primeiro contemplado sofrerá todas as correções, mas mesmo assim, essa pessoa pode antecipar as parcelas com recursos próprios ou até mesmo pelo FGTS e as parcelas antecipadas não sofrem correção.
Outra observação é que quitar não é contemplar no consórcio, não adianta quitar o saldo devedor se você não tem a carta de crédito contemplada ainda, por isso não vale a pena amortizar antes de ser contemplado.
Também é comum hoje em dia existir a venda de consórcios de imóveis pagando meia parcela ou 70% da parcela real até a contemplação para facilitar aos clientes que pagam aluguel durante o tempo de espera até a contemplação.
Resumindo, não temos como fugir da inflação, temos é que nos preparar para ela que é aumentando nossa renda e dobrando ela de valor a cada 10 anos.
Principais vantagens do consórcio
Você pode usar o consórcio para quitar um financiamento de imóvel e trocar juros por taxas do consórcio com uma parcela menor em comparação. Isso é interessante para os casos onde você deseja comprar um imóvel na planta já que o consórcio só pode ser utilizado após o Habite-se, ou seja, quando o imóvel está construído e entregue.
Nesse caso você compra o imóvel na planta financiado para não perder a oportunidade já que a oferta esgota muito rápido e quando receber as chaves que é quando começa a pagar a parcela do financiamento você utiliza a carta de crédito do consórcio contemplado para quitar o financiamento e ficar pagando o consórcio apenas.
Quanto maior o prazo do financiamento mais o consórcio será mais interessante do que financiar. O que prejudica, financeiramente falando, no financiamento é o juros ao longo de 30 anos porque é muito juros só que se você for financiar num prazo menor ou amortizar e quitar na metade do tempo já começa a ficar igual o custo efetivo total ambas as opções.
Em resumo, quanto maior o tempo de financiamento mais caro ele vai ficar com relação ao consórcio.
Outra vantagem acontece se você é contemplado no início porque você tem uma alavancagem enorme numa revenda da carta. Agora se você pega no final o custo efetivo total com o reajuste da parcela junto com o saldo devedor fica muito barato, como a taxa de administração não muda você pega mais crédito pagando menos.
Até 90 parcelas se você contemplou por lance você consegue lucrar bem com consórcio ao vender a carta contemplada e se demorar com a papelada até utilizar a carta esse dinheiro fica rendendo até você utilizar.
Por isso que tem muitos vendedores de consórcio que falam sobre usar o consórcio para investimento e ter alavancagem de patrimônio porque você pega um crédito barato expondo pouco capital próprio e consegue ter esse retorno na venda da carta ou no aluguel que você receber do locatário desse imóvel que pode cobrir até 80% do valor da parcela.
Então você utiliza pouco recurso financeiro esperando a contemplação da carta por sorteio e consegue ter um retorno muito alto desse capital alugando esse imóvel sem contar as mega operações envolvendo cotas de alguns milhões de reais para compra de frotas de caminhão, de carros novos para locadoras de veículos, de maquinários agrícolas e grandes espaços logísticos ou comerciais, tem uma oportunidade enorme que o consórcio proporciona para quem souber fazer a estratégia certa durante a contratação.
Conclusão: Consórcio ou Financiamento – Qual é a melhor escolha?
A resposta certa depende do perfil de renda, do valor de entrada disponível, da pressa para sair do aluguel e da estratégia financeira pessoal. Ambos os produtos têm vantagens — desde que usados corretamente.
Para rendas mais baixas (até R$ 3.800 – faixa 1 e metade da faixa 2 do MCMV):
O financiamento pelo Minha Casa Minha Vida é praticamente imbatível. Nessa faixa, é possível conseguir juros muito baixos (até 4,25% a 6% ao ano) e, se for na tabela SAC, você ainda se beneficia de uma queda gradual das parcelas. O financiamento compensa especialmente se:
- Você tem pouco dinheiro para entrada;
- Quer sair do aluguel o quanto antes;
- Vai adquirir um imóvel de menor valor, como 1 dormitório ou 1 dorm+office;
- Consegue encontrar uma construtora que flexibilize o fluxo de pagamento.
Para rendas intermediárias (R$ 4.400 até R$ 5.600 – final da faixa 2 e faixa 3 do MCMV):
Aqui é preciso avaliar caso a caso. Se você tem FGTS acumulado ou boa entrada, ainda pode valer a pena financiar. Mas, para quem:
- Tem dificuldade com entrada alta;
- Está pagando aluguel e pode esperar mais alguns anos (3 a 5 anos, por exemplo);
- Quer pagar parcelas mais baratas e previsíveis;
… o consórcio começa a se tornar uma opção muito atrativa. Mesmo com os reajustes, o custo total pode ser menor que o de um financiamento, e você pega um crédito maior ao longo do tempo, com menos juros embutidos. Ao ser contemplado e sair do aluguel, você começa a amortizar o saldo de forma agressiva, o que reduz ainda mais o custo final.
Para rendas acima de R$ 5.600:
O financiamento ainda pode ser interessante, desde que você consiga boas condições (juros nominais até 8% ao ano e tabela SAC). Mas o consórcio se destaca como uma excelente ferramenta de construção de patrimônio, especialmente para quem:
- Não tem urgência em sair do aluguel;
- Consegue organizar as finanças para arcar com o consórcio e o aluguel por um tempo;
- Busca previsibilidade de longo prazo e quer fugir dos juros altos dos bancos.
Considerações finais:
Não existe produto ruim — existe produto mal escolhido.
Se o consórcio parecer ruim para você, é porque ele não se encaixa no seu momento de vida. O mesmo vale para o financiamento. Por isso, avalie seu perfil de renda, seu prazo de espera, sua capacidade de entrada e objetivo com o imóvel (moradia imediata ou investimento).
Essa análise vai te mostrar claramente qual produto é o mais vantajoso para o seu cenário.
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