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Como Dolarizar e Proteger Seu Patrimônio Fora do Brasil

Guia Completo de Contas Offshore e Proteção Patrimonial

Ter 10 contas no Brasil não oferece segurança: todas estão sob controle do Banco Central, Receita Federal e vinculadas ao seu CPF. Se trata de não colocar todos os ovos no mesmo cesto, de não dar acesso a toda a sua vida financeira.

Sem contar a questão da moeda brasileira que já perdeu mais de 87% do seu valor, inclusive no surgimento o Real valia mais do que o dólar. No dia de hoje 1 dólar vale 6 reais, em breve pode ser 7, pode ser 8, aí depende do quanto o Brasil pode piorar ou não.

Esse é o futuro do Brasil e a descentralização e a dolarização é a única maneira de que você tem de se proteger. Mas tem que fazer a dolarização da forma correta como informo a seguir:

Por que dolarizar fora da mesma jurisdição é essencial

Dolarizar não na mesma jurisdição significa blindar seu patrimônio contra riscos locais. Ter contas e ativos em outra jurisdição já é considerado uma offshore (literalmente, “fora da costa”).

O segredo não está apenas em ter conta fora, mas em escolher países que oferecem a melhor proteção patrimonial contra o Brasil — especialmente aqueles que não compartilham informações de ativos com o governo brasileiro.

Um exemplo próximo e estratégico é o Paraguai, que oferece boas condições de segurança patrimonial e facilidade para abertura de contas por não residentes.


Os 3 passos para abrir uma conta offshore segura

  1. Escolha da jurisdição: Em qual país sua conta bancária será aberta?
  2. Escolha da moeda: No mesmo país, é possível ter conta em dólar, euro, libra esterlina, franco suíço, entre outras.
  3. Escolha do banco: Não basta ter boa jurisdição e moeda forte; é preciso um banco sólido.
    • Evite bancos com menos de US$ 30 bilhões em ativos — são considerados inseguros.
    • Prefira instituições com alta liquidez e histórico de solidez.

Pessoa física ou jurídica?

O ideal é que sua conta offshore seja jurídica, por meio de uma holding de investimentos. Assim, você diversifica seu patrimônio em mais de um país e obtém vantagens tributárias.

O passaporte brasileiro ainda é muito bem aceito em todo o mundo. Logo você consegue fazer o processo de abrir uma nova conta bancária em outro país, só que tem o detalhe que muitos países já estão barrando essa facilidade, como Portugal e Itália que exigem que você seja residente fiscal (more no país) ou tenha cidadania.

Já os países aqui do Caribe e Canadá permitem abrir contas em dólar mesmo não sendo residente, é uma conta de não residente fiscal e é comum fazer isso, por exemplo, no Panamá, Costa Rica e Porto Rico.


Países que não trocam informações financeiras

Alguns países não são signatários do CRS (Common Reporting Standard) e não trocam informações bancárias com outros países.

Nestes casos, a troca de informações não é automática, ela é feita por requisição não de um juiz, mas sim do ministério das comunicações exteriores. Ou seja, o Brasil só obteria informações via pedido formal ao Itamaraty, com justificativa válida — um processo lento e complexo.

Exemplos de países vantajosos para proteger seus dados bancários:

  • Paraguai
  • Panamá
  • Costa Rica
  • Porto Rico
  • Algumas ilhas do Caribe

O fim do sigilo bancário no Brasil

O STF derrubou o sigilo bancário, permitindo que órgãos estaduais e federais acessem facilmente:

  • Onde você tem conta;
  • Seu histórico financeiro;
  • Todas as movimentações, especialmente após o Pix.

Essa realidade expõe que não há privacidade financeira no país. No Brasil se cumprem execuções ainda não julgadas, na grande maioria das vezes, e mesmo sobre essas condições, muitas ordens são cumpridas e arbitrariedades acontecem.

Sem contar que o Brasil tem um dos sistemas mais avançados do mundo para confiscar seu dinheiro. Ferramentas como Bacenjud, Criptojud e Sniper permitem congelar contas e confiscar valores rapidamente, cruzando dados com Detran e outros órgãos.

Então não existe nenhum tipo de sigilo bancário no Brasil, nenhum tipo de segurança financeira. Tem empresário que tem a conta bancária bloqueada por engano e já viveu o pesadelo que é não poder mexer no seu dinheiro.

Você pode sofrer um processo porque fez uma coisa errada como dever uma dívida trabalhista, está com processo civil e sofrer uma perda do seu patrimônio. E pode não ser devido, pode ser a questão de um tributo retroativo que você nem conseguiu se defender, ou pode ser simplesmente falar algo errado na internet e ter o bloqueio da sua conta bancária, com o bloqueio pode ter o confisco ou não.

Qualquer juiz hoje consegue fazer congelamento de contas bancárias, isso já foi banalizado no país porque não precisa do trâmite em julgado, pode ser de forma cautelar, de forma prévia, de forma devida ou não.


O impacto do Pix e do Drex na sua privacidade

O Pix, apesar de ter facilitado pagamentos e a inclusão financeira, é o maior “Cavalo de Tróia” da história bancária brasileira. Já vivemos uma época onde o brasileiro não podia ter outra moeda estrangeira, agora o Pix permite monitoramento total de transações.

Antigamente, para quem tem mais de 25 anos sabe que existia o Ted e o Doc para pagamentos, esses sistemas são bancários, apenas feitos entre os bancos. No final do dia, eles tinham que informar a Receita Federal e o BC sobre as movimentações.

O Pix revolucionou na questão das pessoas que não tinham acesso a serviços bancários como feirantes, trabalhadores autônomos não tinham acesso ao Doc e Ted e agora eles tem. Fomentou bem a economia do Brasil com pagamentos rápidos mas tem um preço alto a ser pago que é a privacidade e o sigilo.

O Pix nasce do Banco Central, passa pela Receita Federal para depois ser compensado aos bancos. Então é impossível que o Pix não seja conhecido pela Receita Federal e o BC. Se você sonega, não é que eles não sabem, só não chegou o seu dia, não chegou a sua vez deles tomarem medidas.

Mesmo hoje o Ted, que ainda existe já que o Doc foi extinto, é altamente rastreável. Por isso, se você tem dinheiro no Brasil, você está aceitando que você pode perder tudo da noite para o dia.

Tem também o projeto do Drex, a versão digital do real, prevista para substituir boa parte do dinheiro físico até 2027, será ainda mais rastreável e permitirá controle social sobre o uso do dinheiro.


Globalização e facilidade para abrir contas offshore

No passado, abrir uma conta no exterior era caro e restrito a grandes empresas. Seus avós jamais pensaram nessa possibilidade de poder mover seu patrimônio para outro país, você tirar uma residência e poder morar em outro país, poder comprar uma cidadania em outro país, era algo impossível.

Hoje, as fintechs facilitaram esse processo, mas nem todas oferecem dolarização real. De fato, as reservas da empresa estão em dólar mas você não tem uma conta nos Estados Unidos, as reservas pertencem a empresa e se ela não quiser te pagar as remessas que fizer, você não recebe nada.

E por serem fintechs eles não tem o poder de fazer a reserva fracionária, que é o que os bancos tem de melhor. Os bancos podem emprestar mais dinheiro do que eles tem, isso evita que eles possam ficar dissolventes e possam quebrar com mais facilidade.

Você só tem um crédito com aquelas empresas, um título de que você detém aqueles valores. É diferente de você realmente possuir aqueles valores, nós podemos parafrasear com as criptomoedas com a frase: se não são suas chaves, não é seu dinheiro.

No sistema fiat money, se seus valores não estão diretamente em seu nome num banco seguro, você não tem controle total sobre eles. Isso não significa que você não deve investir no exterior por uma fintech. Se for a única forma que você possui de se expor ao dólar então faça isso, mas crie um plano B para que essa dependência seja momentânea.


Depósito mínimo e garantias

Para abrir uma conta segura fora do Brasil, geralmente é necessário um depósito inicial de US$ 3 mil a US$ 5 mil.

Nos EUA, por exemplo, o FDIC (equivalente ao FGC brasileiro) garante até US$ 250 mil por cliente caso o banco quebre.


Vantagens práticas de contas no exterior

Outro ponto importante de ter uma conta em dólar é pagar compras no cartão, sem sofrer às intempéries dos cartões brasileiros. As bandeiras Visa e MasterCard funcionam no exterior mas depende do cartão, às vezes mesmo desbloqueado para o exterior o cartão não vai funcionar.

Na melhor das hipóteses, um cartão emitido no Brasil que funcione no exterior, ele necessariamente vai ter que pagar IOF na transação dele, vai ter que pagar taxa e spread cambial.

Geralmente é 12% de imposto que você vai ter que pagar nas suas compras, se está comprando um iPhone nos USA vai ser a cotação dele em Reais mais 12% de taxas. As vantagens de abrir contas no exterior são:

  • Evitar IOF de 6,38% e taxas adicionais em compras internacionais.
  • Economizar em viagens.
  • Receber e pagar em moedas fortes sem conversões caras.
  • Utilizar cartões emitidos fora do Brasil com taxas muito menores.

Para fazer remessas para o exterior você pode usar uma casa de câmbio, como a fintech Wise que é mais barato do que o spread bancário do seu banco aqui no Brasil.

A desvantagem desse método é que você tem um limite baixo que pode enviar mensalmente, pode ser até 100 mil reais no máximo o que para uma empresa é pouco.


Criptomoedas e exposição ao dólar

Se você possui criptomoedas como Bitcoin ou USDT, já está exposto ao dólar indiretamente. Porém, se você tem um dinheiro em cripto guardado e quer utilizá-lo, você deve regularizar o dinheiro de acordo com a sua jurisdição da sua residência fiscal.

Se a sua residência fiscal for no Brasil você vai ter que declarar. Se a jurisdição for no Paraguai ou Uruguai, por exemplo, permitem conversão de cripto para dólar com mais facilidade.

A grande maioria dos bancos do mundo não gosta de criptoativos. Tem jurisdição que aceitam muito melhor a parte do SWAP, que é passar do sistema cripto como um USDT para o sistema legacy, fiat money e o Paraguai aceita muito bem, o Panamá também aceita bem.

Por fim, Don’t trust, verify. Existem países que vão ser bons para empresas e países que vão ser bons para sistemas bancários. Por exemplo, Singapura é um país extremamente seguro para você ter patrimônio.


Tributação de contas offshore

Você ter uma conta bancária no exterior não significa que você está isento de pagar impostos no Brasil. Se a sua residência fiscal é o Brasil, tecnicamente você ainda tem que pagar impostos no Brasil.

Segundo a Lei das Offshore de 2023, se você está recebendo dinheiro, qualquer valor, lucro, negócios em uma conta:

  • Pessoa Jurídica (empresa offshore): tributação de 15% sobre lucro líquido.
  • Pessoa Física: tributação de 27,5% sobre ganhos, que é a alíquota do seu imposto de renda pessoa física.
  • Veja que existe uma diferença enorme entre esses dois casos.

Por isso, ter uma conta Offshore pessoa jurídica é tão importante. Agora, se quiser eliminar a tributação no Brasil, é necessário mudar a residência fiscal para um país que não tribute pessoas físicas — como Paraguai, Uruguai, Chile, Bahamas, entre outros.

Veja que o Brasil não é um bom lugar para você ter a sua residência fiscal. Se é uma empresa no Brasil você pode chamar do que quiser: SA, Ltda, Holding familiar, Holding corporativa, empresa de negócios. Ela vai ter a mesma carga tributária porque ela se submete às mesmas regras.

Se é um CNPJ no Brasil, ele vai seguir as regras tributárias brasileiras, se você é uma empresa no exterior, uma offshore, aí ela segue uma tributação muito mais favorável que aquela que eu comentei, faça chuva ou faça sol será 15% do lucro líquido.


Conclusão: descentralize para proteger

O Brasil não oferece sigilo bancário nem estabilidade monetária.
Dolarizar, abrir contas offshore e diversificar jurisdições é hoje uma estratégia essencial para quem deseja proteger patrimônio, garantir privacidade e escapar da vulnerabilidade econômica local.

Lembre-se: Não confie, verifique. A escolha da jurisdição, da moeda e do banco define seu futuro financeiro.

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